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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Indireta

Eu acredito que o flerte é a forma que o amor encontra pra mostrar que, apesar de ser velho como a morte, permanece novo como uma criança e eterno como o tempo. Encontrar com quem se gosta, transforma seu olhar num pedaço de céu de ano novo e seu coração em pista de dança.
Nossos beijos fazem com que amores de cinema sejam superficiais demais pra compreender a profundidade em que a gente se conhece. Pintamos o céu nas cores de uma nebulosa, fazemos a lua sentir inveja de não ter alguém e a vizinha do seu apartamento saber nosso nome.
Somos a chance pra um bom dia a dois. Você é meu déficit de atenção com cheiro de morango e champanhe.
Cada fim do dia é como se o mundo acabasse pra começar de novo. Assistimos o fim do mundo toda noite, de camarote, com os pés na janela e pernas entrelaçadas, vendo estrelas cochichando todos os segredos do mundo entre elas.
Com o tempo, entendi que você é tudo aquilo que eu não sei explicar...
Somos um casal de metrô! Não temos medo, nem vergonha, temos desejo... Já percebeu que desejo cega? sou cego de paixão por você! Defina quanto pesa um suspiro e eu te defino do que é feito a paixão.
Suas palavras e meu silêncio tem um caso de amor: Cada vez que ficam juntos, transam num som de diálogo e os filhos dessa relação nascem nas noites em claro que passamos no telefone.
Somos o som de beijos na chuva, e eu sinto que cada verso que eu faço é como se ele devesse um imposto aos seus lábios...
Quando a gente discute, sua voz soa como as unhas numa lousa. Você é o som de garfos riscando o meio de um prato e eu me sinto como se estivesse mastigando alumínio.
Meus pedidos de desculpa são as rosas em cima da mesa (o vaso você quebrou quando jogou em mim, lembra?). Elas são feitas de tudo aquilo que eu não escrevi e não falei. E o envelope, embaixo das rosas, são as borboletas do meu estômago. Algumas ainda estão vivas e acho que elas também pertencem a você, afinal, elas não nasceram sozinhas.
Sim, nossa relação é muito intensa? Por isso Deus nos separou: me fez sol e te fez lua. E o eclipse? O eclipse é a prova que amor existe!
A saudade nada mais é que do que o sentimento de algo que era nosso, e que por alguma razão não está mais com a gente. Você é sinônimo de eu, distância é antônimo de nós. Será que gostar de alguém é o céu do céu?
Não culpo Adão por ter comido a fruta proibida do jardim do Éden e tudo mais. Afinal, quem ama confia.
Nos separamos, mas um dia, voltamos e reescrevemos nossos pedidos de perdão com manchas de maquiagem e roupas pelo chão. Desenhamos o kamasutra com gotas de suor e redesenhamos a mobília da minha casa. Mas, contigo sempre foi mais que isso: ao seu lado, cheguei à conclusão que sexo é o que a gente faz na cama, parados ou quase. E amor é o que a gente faz andando, de mãos dadas.
Quando transamos, transamos por inteiro, fazemos nossas almas trocarem de residência e o seu bairro pensar que a gente antecipou o ano novo. Entre Valeska e Madre Tereza, você é o meio-termo que todo homem deseja encontrar.
As dobras do nosso lençol tem os segredos que a gente divide na cama em silêncio. Por falar em silêncio, universos colapsam na sua mudez. Minhas perguntas viram monstros embaixo da cama e assim, eu, igual criança, não quero dormir sozinho. Dorme comigo?!
Esses dias, estava pensando. Stevie Wonder nasceu cego e, quando ele diz "sunshine" (nascer do sol), fala de algo que ele nunca viu. Talvez seu sorriso seja a definição de Sunshine na mente de Stevie Wonder.
Seus defeitos se anulam junto com os meus. É como se menos com menos desse mais, e segundo um truta meu, idade é só um número e eu odeio matemática. Exceto pelo fato de que no amor, a única conta improvável existe: a soma de dois resulta em um. E resultar em um, nesse caso, significa em três. Um filho.
Adoro o jeito que você joga o cabelo pro lado e ele parece uma onda. É como se meus dedos afogassem meus desejos cada vez que eu ponho minhas mãos em sua nuca. Adoro seu tamanho: Nem alta como seus sonhos, nem baixa como minha auto-estima; cabe no meu abraço e abraça o mundo como se fosse seu travesseiro.
O seu sussurro soa como uma orquestra. A forma como você domina seus agudos e graves me lembram um maestro. Você rege um concerto sobre tesão em sinfonias ao pé do ouvido.
Às vezes, sinto tanto sua falta que chego a ouvir sua voz, a sentir seu perfume pelos corredores da minha casa. Já namorei com a sua sombra, já conversei com sua foto. Meu travesseiro tem seu nome. Eu vou pra cama com você toda noite...
Seu senso de humor faria a Monalisa gargalhar e sua risada iria soar como uma das noites em Woodstock, onde jovens descobriram que o amor é inocente e que o vilão é o coração.
Queria engarrafar sua voz pra que nas noites frias em que o mundo se sente só você pudesse ecoar fazendo com que a cidade inteira sinta o que eu sinto quando você diz: "alô ou olá". E por falar em olá, você traz um céu no seu olá, e talvez nem se dá conta do quanto eu espero seu olhar cair sobre o meu.
Você me encanta!
Às vezes, pensando chego à conclusão, de que você é dona do seu nariz, de que o mundo se curva perante seu caminhar, de que você além de ser brilhante é um avião: Mas, a minha pergunta é: Quando vai ser dona do meu sobrenome?
Beijo!